Entrevista - Michele Fagundes

Pagina na web: mireabilite.blogspot.com

Pessoas com uma idade próxima a sua, geralmente não se interessam muito poemas. Qual foi o primeiro contato que teve com este tipo de literatura e o que lhe fez desejar não somente ler, mas escrever poemas?

A resposta parece óbvia, mas não é. Confesso que ler poemas é uma atividade recente, pra mim, veio bem depois de começar a escrever, excluindo o fato de reler meus próprios poemas. Na escola as aulas de literatura poética eram uma incógnita, eu nunca entendia patavinas! Passei a escrever poemas, através da minha paixão enlouquecida por rimas, o rap foi carro-chefe de tudo isso. Acho incrivelmente inteligente o modo como as letras são encaixadas na batida, e aí eu queria ser rapper também, mas nunca fui muito (nem pouco) boa, sobretudo com improviso! Minhas composições se tornaram poemas por acaso, nem mesmo me sinto a vontade chamando-os assim.

Se lembra do primeiro texto que escreveu? Era bom?

Assim sem pensar eu diria que não, mas talvez tenha sido um “rap” que fiz sobre mim mesma. Uma parte dele até uso na descrição de “quem sou” no blog “Mi Reabilite”, mas claro que não era bom. Muita coisa mudei tanto em personalidade quanto nas palavras. Quando pego meu velho caderno tenho até medo, as composições eram horríveis... lembra? Eu queria ser rapper, ainda penso nisso rsrs

Qual tema que costuma abordar com mais freqüência em seus textos?

Depende muito do meu estado de espírito, do dia, da semana, das minhas expectativas e experiências. Mas respondendo a pergunta, escrevo muito sobre saudades (já que namoro é só no fim de semana, imagina como eu não fico!?), sobre Deus e Amor influenciando minha vida, superação de obstáculos e das próprias barreiras que ás vezes pegam a gente de jeito. Resumindo, escrevo sobre o sinto, se não escrevi é porque não ainda não vivi.

Escrever para você é apenas um hobby, ou cogita levar a sério, talvez até ter como profissão?

Apesar de ser uma parte importante da minha rotina sempre vi a escrita como uma forma de me expressar sem me expor completamente. Acho que a maioria já teve diário e sabe como é constrangedor quando a mãe da gente lê só porque ele estava ali... Eu sempre gostei muito de escrever e nos tempos de escola eu arrasava com minhas super redações, tinha um sonho distante de me tornar escritora... Quem sabe o destino me reserva? Ainda não penso, mas tudo é possível quando Deus quer.

Algumas pessoas que entrevistei anteriormente disseram nunca terem escrito um poema no computador. E você? Usa o computador ou prefere o papel e a caneta? Qual a grande diferença entre os dois?

Tenho meu caderno, mas prefiro mil vezes o computador. A minha memória é bem falha e não é raro eu esquecer o que queria escrever a digitação agiliza esse processso porque escrever é rápido, a formatação é flexível e apagar é simples e posso ver várias coisas ao mesmo tempo enquanto escrevo, ajuda na inspiração. Papel e caneta, apenas pra emergências, quando não consigo dormir, e claro, o PC está desligado faço uso dessa forma de escrita arcaica. O blog só veio mesmo porque eu precisava armazenar tudo isso em algum lugar, quando escrevo não penso na exposição, apesar de divulgar e tudo mais, escrevo mais pra mim. Afinal, é sobre mim!

Demora muito para escrever um poema? Quanto tempo leva em média para ter um texto pronto, contando desde o surgimento da idéia em sua cabeça até o ponto final colocado na folha?

O tempo de escrita é variável de 5 minutos a 30 minutos ou superior dependendo do que eu estiver fazendo na hora. O tema não surge é realmente vivido engloba todo o meu dia ou todo um final de semana ou sentimento especifico do momento, a idéia é um estalo. Compor nem sempre é uma questão de tempo, mas de entrega e conforme se evolui de auto-crítica, fazer uma estimativa é arriscado.

Consegue avaliar suas próprias obras? Dar uma nota, algum tipo de avaliação...

Como escrevo, na minha visão, muito rápido não tenho tempo de assimilar o que escrevi na mesma hora. Depois de alguns dias quando releio alguns poemas, mal posso acreditar que fui eu quem escreveu ou por estar bom ou muito ruim. Mas modéstia a parte a maioria é muito bom! Porém não daria uma nota pros meus sentimentos, pois quando vividos estavam a 100%.

Fora poemas, qual seu estilo de literatura favorito: Eu gosto de romance policial, sobretudo os que narram o submundo da sociedade: crime, drogas (nem sempre) e sexo. Arrisco às vezes na psicanálise e de vez quando leio crônicas. Ah, e tirinhas, adoro tirinhas, faz parte da literatura?

Escritores favoritos:

Tem um cara do romance que citei acima que eu curto bastante, mas esqueci o nome dele.

Reich, só o sobrenome, suas teorias sobre a sexualidade são incríveis e muito claras, nem sempre!

Mário Prata pra mim é o rei das crônicas.

Um livro que poucos leram e gostaria de recomendar para quem estiver lendo:

Wilhelm Reich, lembrei, “Revolução sexual”: Aí me darão quanto ao que estou falando. O cara é um gênio!

Agora, um filme que poucos viram e você indica.

Indicarei mais de um:

Desafio de gigantes, assisti várias vezes e todas chorei, sem contar que é um daqueles filmes em que você se vê refletido de alguma forma.

Uma família diferente que trata sobre o preconceito de uma forma muito engraçada, sem ser apenas caricata.

E na televisão, o que costuma assistir?

Não perco por nada no mundo a série Doctor House e queria muito ver a nova temporada de Sobrenatural. Não perco CQC e gosto bastante de A liga. Fora as bobagens que a gente é “obrigada” a assistir por não ter nada melhor pra fazer.

Fora do mundo dos blogs, pode contar um pouco de sua rotina na vida real?

Minha rotina é muito simples, durante a semana é da casa pro trabalho e vice-versa, aproveito as noites pra adiantar as aulas do dia seguinte e escrever. Nos fins de semana, que é a melhor parte, namoro (que pode começar nos embalos de sábado a noite a um DVD com pipoca no sofá de casa), nos domingos a noite vou à missa que Deus é importantérrimo e namoro mais um pouquinho (que é bom demais!).

E sua infância, como foi? Lembra de muitas coisas? Eu acho que minha infância foi curta, não por um motivo especial ou talvez seja, melhor não tocar no assunto... Bem, apanhei muitas vezes de varinha verde, tenho uma singela cicatriz no nariz por ficar subindo em árvores, tentei muito ser cdf, mas definitivamente não estava escrito. Ah, vamos mudar de assunto?

Sua visão do mundo de hoje. É pessimista ou otimista?

Pessimista quando vejo as pessoas simplesmente balançarem os ombros, otimista quando vejo meu esforço valer a pena.

E quanto à política, notícias gerais... Procura se informar nestes assuntos ou e meio alienada em relação a este tipo de tópico?

Não me considero uma militante política, mas eu gosto do assunto. Simplesmente me apaixonei pela Marina Silva na ultima eleição presidencial, aliás antes mesmo de se iniciar as campanhas. Mas não sou do tipo que fica bitolada nessas notícias maçantes, o cérebro da gente precisa de bobagens também rsrsrs

As coisas que mais te irritam na vida:

Quando estou ouvindo meu som e abaixam o volume, perde toda a vibe no momento.

Quando não me ouvem e depois me cobram mais atenção para com elas! Poxa, presta atenção!

E por ultimo, mas não menos importante cena de cinismo me deixa profundamente irritada!

Alguma vaidade: Sempre fui muito cuidadosa com minha manicure, choro quando quebram as unhas ou quando tenho que cortá-las sinto a falta como que de um filho. De resto eu sou bem normal, higiene é tudo!

As pessoas que mais admira: Eu poderia dizer minha mãe ou meu pai, mas umas das pessoas que mais tenho admirado nos últimos tempos sou eu mesma. Tenha a força e a coragem que sempre quis ter graças a Deus Nosso Salvador.

Momento mais difícil: Todos os dias quando tenho que ir pro trabalho!

E o momento mais feliz: Aí vou ser clichê, quando estou com meu namorado.

Coisas para fazer antes de morrer: Saltar de para quedas, sei lá, cair em queda livre de algum lugar, de algum jeito. Mas também não preciso morrer, assim, logo em seguida!

Bem, tanto como terminar a entrevista com uma frase, compartilhar um mico virou praticamente uma tradição. Então, por favor, conte o seu mico:

Nossa! Justo mico? Acho que tenho todos. Uma vez eu caí dentro do ônibus, deitada no banco, ainda bem que não tinha ninguém, mas a vergonha foi a mesma. Outra vez sem perceber levantei a prateleira de vidro de uma loja, de repente só se ouve um estrondo assim que dei um passo à frente, como não quebrou fingi que não tinha sido comigo. Noutra ocasião eu cantei alto demais, por causa do volume alto nos fones de ouvido, durante a aula de geografia da 8ªsérie (nunca vou esquecer). Já sentei toda linda e comportada com a saia levantada pra cima, é difícil, mas sempre aparece uma alma bondosa pra nos alertar. Esses são os mais tops para mais informações acessem wwwpontooqueacontececomessameninapontocompontobr.

Frase: Seja você mesma, mas não seja sempre a mesma.